O Ciclo Cultural da UTAD, parceiro da Casa-Museu Maurício Penha,
mostra pela primeira vez à Academia uma exposição escultórica do artista
plástico e cidadão interventivo natural de Sanfins do Douro, Vila Real. No ano
da celebração do centenário do nascimento do escultor (18/06/1913 -23/06/1996),
o Ciclo Cultural da UTAD oferecerá ao público universitário várias
exposições, palestras e visitas guiadas ao importante acervo artístico de
Maurício Penha, sediado na sua Casa-Museu em Sanfins do Douro.
A 1.ª Exposição de Escultura de Maurício
Penha
será inaugurada, no dia 9 de abril, às 14h,
acompanhada duma palestra, proferida pelo Presidente da Fundação da Casa-Museu
Maurício Penha, Dr. José Carlos Boura. A palestra versará a vida e a obra do
escultor no centenário do seu nascimento, bem como uma leitura das peças
expostas. A exposição escultórica estará patente no espaço-galeria do Ciclo Cultural da UTAD, do dia 9 a 30 de abril.
Bustos de Lopes Graça e Maurício Penha |
É neste sentido que estão
previstas um conjunto de actividades – exposições, palestras, visitas guiadas à
Casa Museu Maurício Penha e à Região do Douro, ‘ateliers’ e lançamento de
produtos, para desta forma se homenagear o homem e a sua obra e manter viva a
sua memória”.
O
Presidente da Direção
José
Carlos Boura
Fundação
Casa-Museu Maurício Penha
“Maurício (Meireles) Penha (filho
de António Joaquim Penha e de Maria Josefa Meireles Penha) nasceu em Sanfins do
Douro, na rua da Calçada, hoje Rua Fonte de Baixo, em 8 de Junho de 1913 e
morreu em Alijó em 22 de Junho de 1996.
Frequentou a Instrução Primária
em Sanfins do Douro onde foi aluno de seu avô – António Silvino Machado
Meireles – e, posteriormente, de sua tia – Ermelinda de Rodrigues Meireles.
Em Lamego, no Colégio, concluiu o
5º ano dos Liceus (actual 9º ano da escolaridade básica); em Vila Real, no
Liceu Nacional Camilo Castelo Branco, completou o Curso Complementar dos
Liceus, em 1933.
Nesse ano iniciou os estudos
universitários no Porto, em Medicina. Em 1934 muda de curso e passa a
frequentar a Escola de Belas Artes do Porto onde foi discípulo de Teixeira
Lopes, e dos pintores Acácio Lino, Joaquim Lopes e do escultor Pinto do Couto.
É nesta ocasião que adere ao
Partido Comunista Português, mantendo-se até ao fim da sua vida um convicto
militante.
Aluno inconformado, transferiu-se
para a Escola de Belas Artes de Lisboa onde concluiu, em 1945, o curso superior
de Escultura, tendo sido discípulo de Simões de Almeida.
A despeito do seu profundo e
genuíno interesse em construir uma carreira artística, como tantos outros,
ontem e hoje, viu-se obrigado a enveredar pela carreira no Ensino.
Leccionou nas Escolas: Machado de
Castro, Francisco de Arruda, Manuel da Maia, Industrial e Comercial de Vila
Real, actual Escola Secundária de S. Pedro, e Alfredo da Silva (Barreiro); e
ainda em diversos Liceus: D. João de Castro, Oeiras, Camões, Gil Vicente e
Passos Manuel.
Aposentou-se em 1978 após ter
leccionado na Escola Pereira Coutinho, em Cascais.
Arqueólogo, fotógrafo, pintor,
gravador, escritor e escultor foi um grande viajante tendo corrido meio-mundo,
desde a ex-União Soviética até ao México, desde a França até ao Egipto.
Publicou, em 1981, numa edição de
autor, os contos “Vidas sem história”, que Alexandre Babo, crítico literário,
refere, no prefácio, como “reminiscências que lhe ficaram gravadas como sulcos
de dor e de ternura, também, da infância e da adolescência na aldeia onde
nasceu”.
Maurício Penha foi um incansável
trabalhador no campo da Arte, tendo retomado após a aposentação a sua
actividade na Escultura, sobretudo numa disponível relação com o Meio Ambiente,
com a Natureza, com as formas da realidade, representando-as,
(re)interpretando-as ou recuperando-as em diversos modos de associação estética”.
Olinda Santana
- Professora Associada c/
Agregação –
- Coordenadora do Ciclo
Cultural da UTAD –
Departamento de Letras,
Artes e Comunicação
UTAD – Quinta de Prados
Apartado 1013; 5001-801
Vila Real, PORTUGAL
Telf: +351 259 350 701
blogue:
http://www.cicloculturalutad.blogspot.com
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