Dia 2 de dezembro, pelas 16h, ianugura-se na Galeria da UTAD, na Biblioteca Central, a Exposição "Charivari"
"A 1 de
Dezembro do ano 1832 é distribuído gratuitamente, em França o primeiro número do semanário humorístico ilustrado ‘Charivari’, com a tiragem inicial de
duzentos mil exemplares. A exemplo do que aconteceu noutros Países, e cinquenta
e quatro anos depois, em 1886, é publicado no Porto um jornal humorístico com a mesma designação. De formato
325x225mm, com o peso de 4 gramas, composto por oito páginas, conjugando o
texto impresso com os desenhos litografados. Para além de noticiar factos e
eventos relevantes do país e do estrangeiro, este semanário reservava espaço
privilegiado à ilustração, usando-a como uma "arma" de feroz, crítica
e sátira política, social e económica do país. Aspecto relevante é o facto, de
para além das figuras nacionais, surgirem nas suas edições retratos a carvão de
personalidades da região norte que se distinguiram nos mais variados domínios
de actividade. De salientar a qualidade das magníficas ilustrações da autoria
de José de Almeida e Silva e de Joaquim Maria Pinto, este último
nascido no Porto na Freguesia da Sé, a 12 de Janeiro de 1838, falecendo na
mesma cidade a 30 de Novembro de 1904. Premente de actualidade a revisitação
das ilustrações do semanário humorístico ‘Charivari’
presenteia-nos com a actualidade da sua sátira política, económica e
sócio-cultural do País. Numa altura em que tanto se fala de défice estrutural a
vários níveis, podemos encontrar nesta publicação do último quartel do século
XIX, já perfeitamente diagnosticados, alguns dos males endémicos que
sistematicamente contribuem para perpetuar o nosso atraso em relação aos países
europeus mais desenvolvidos.
O ‘Charivari’, seguindo o exemplo da
célebre ‘Geração de 70’, através da
ilustração satírico-caricatural, cumpriu eficazmente o seu papel de observador
atento e crítico da realidade portuguesa, procurando desse modo, potenciar as
dinâmicas de mudança, já então necessárias para obstaculizar como dizia Antero
de Quental, à decadência deste povo peninsular".
Uma Nota da Crise |
"A presente
colecção composta por 54 painéis é do Clube
de Coleccionadores de Gaia a quem prestamos o devido agradecimento”. Texto
facultado por José Carlos Boura
– Casa-Museu Maurício Penha.
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