28/11/2014

Exposição "Charivari”: Semanário Humorístico

Dia 2 de dezembro, pelas 16h, ianugura-se na Galeria da UTAD, na Biblioteca Central, a Exposição "Charivari"
 
 
"A 1 de Dezembro do ano 1832 é distribuído gratuitamente, em França o primeiro número do semanário humorístico ilustrado ‘Charivari’, com a tiragem inicial de duzentos mil exemplares. A exemplo do que aconteceu noutros Países, e cinquenta e quatro anos depois, em 1886, é publicado no Porto um jornal humorístico com a mesma designação. De formato 325x225mm, com o peso de 4 gramas, composto por oito páginas, conjugando o texto impresso com os desenhos litografados. Para além de noticiar factos e eventos relevantes do país e do estrangeiro, este semanário reservava espaço privilegiado à ilustração, usando-a como uma "arma" de feroz, crítica e sátira política, social e económica do país. Aspecto relevante é o facto, de para além das figuras nacionais, surgirem nas suas edições retratos a carvão de personalidades da região norte que se distinguiram nos mais variados domínios de actividade. De salientar a qualidade das magníficas ilustrações da autoria de José de Almeida e Silva e de Joaquim Maria Pinto, este último nascido no Porto na Freguesia da Sé, a 12 de Janeiro de 1838, falecendo na mesma cidade a 30 de Novembro de 1904. Premente de actualidade a revisitação das ilustrações do semanário humorístico ‘Charivari’ presenteia-nos com a actualidade da sua sátira política, económica e sócio-cultural do País. Numa altura em que tanto se fala de défice estrutural a vários níveis, podemos encontrar nesta publicação do último quartel do século XIX, já perfeitamente diagnosticados, alguns dos males endémicos que sistematicamente contribuem para perpetuar o nosso atraso em relação aos países europeus mais desenvolvidos.

O ‘Charivari’, seguindo o exemplo da célebre ‘Geração de 70’, através da ilustração satírico-caricatural, cumpriu eficazmente o seu papel de observador atento e crítico da realidade portuguesa, procurando desse modo, potenciar as dinâmicas de mudança, já então necessárias para obstaculizar como dizia Antero de Quental, à decadência deste povo peninsular".


Uma Nota da Crise
 
"A presente colecção composta por 54 painéis é do Clube de Coleccionadores de Gaia a quem prestamos o devido agradecimento”. Texto facultado por José Carlos Boura – Casa-Museu Maurício Penha.

 

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